Atualmente, os principais fornecedores de equipamentos profissionais para
videoconferência são as empresas PictureTel (1)
e a VTel (2).
As duas oferecem recursos cada vez mais sofisticados para estes sistemas sendo a
PictureTel a que possui o maior número de equipamentos em operação.
Os sistemas estão a tal sofisticação que o interlocutor de um ponto pode operar a
câmera no outro ponto para obter melhores enquadramentos. Estão também disponíveis
controles de câmeras e microfones que se movimentam e enquadram o interlocutor comandadas
e direcionadas pela voz de quem fala. Quando a pessoa começa a falar o sensor do
microfone e da câmera localizam o ponto gerador do som e imediatamente a câmera é
movimentada para aquele ponto ajustando, também automaticamente, zoom e foco.
Outros acessórios também são disponíveis para a videoconferência profissional: uma
câmera extra para enquadramento de fotos, artes, diagramas e outros materiais gráficos,
microcomputador multimídia com software de apresentação de slides, fax ligado ao
sistema que permite a troca de documentos durante uma videoconferência e outros.
Todos estes recursos podem ficar disponíveis no sistema e os próprios interlocutores
comandam os cortes para as fontes de imagens opcionais.
As linhas utilizadas para conexão entre dois pontos são específicas para tráfego de
dados a uma velocidade maior que a das linhas telefônicas. Mesmo assim a banda de
passagem é bastante inferior à utilizada pela televisão. Por isso, mesmo sendo sinais
digitais, a velocidade ainda não permite a transmissão de 30 quadros por segundo com
todos os pixels que detalham as imagens na TV. Por isso o sinal transmitido chega na outra
ponta com seqüenciamento de imagens em torno de 10 a 15 quadros por segundo, perdendo a
suavidade natural dos movimentos como vemos na TV normal, o que gera a impressão de
estarmos vendo as imagens sob o efeito de luz estroboscópica.
Para ver este resultado acesse na internet o endereço www.adaptanet.com.br/~willians/videoconferencia.
Há uma página com um exemplo no sistema RealPlayer para melhor compreensão desta
característica.
As operadoras de telecomunicações oferecem linhas digitais para videoconferência que
variam de 64 Kbps (quilo bytes por segundo) até 512 Kbps. Quanto maior a velocidade menor
o efeito estroboscópico indesejado citado anteriormente.Para efeito de comparação, o
modem normal que usamos em nossos micro-computadores domésticos conectados na Internet
trafegam dados na ordem de 28 Kbps a 56 Kbps, porém ao passarem pelas linhas telefônicas
os dados chegam a trafegar na ordem de 1 Kbps a 2 Kbps. Com o uso das linhas digitais, o
resultado é bastante melhor, apesar de não chegar ainda à qualidade normal da TV.
Tecnicamente o Codec e o Modem realizam compactação e descompactação em tempo real a
grande velocidade, mas a queda de velocidade se dá no meio de transporte do sinal. Não
se trata de equipamentos desatualizados utilizados pelas operadoras mas sim,
característica do sistema. Não temos ainda o resultado desejado porque a tecnologia
disponível ainda não permite este avanço, porém à velocidade como os avanços
acontecem teremos em breve videoconferência com a qualidade e velocidade da TV atual.
Para evitar que o processo de compactação e descompactação das imagens se torne mais
lenta que o necessário, uma dica é utilizar cenários com poucos detalhes. É
preferível uso de cores chapadas, sem degradê, em prol de ganhos na velocidade de
transmissão. Justifica-se esta conduta pois um cenário com muitos detalhes ou nuances
nas cores vai exigir maior processamento. Ausência de detalhes ou nuances permite que o
sistema processe apenas o que se altera de um pixel para outro, repetindo os pixels
parecidos. O resultado, é um ganho na velocidade.
Parece exagero, mas devemos considerar que as pessoas estão acostumadas a assistir
televisão com continuidade natural nos movimentos. Na videoconferência os movimentos
são artificiais, o que provoca um ruído na comunicação. A interferência deste ruído
diminui à medida que o espectador se acostuma com o processo.
A videoconferência é normalmente utilizada conectando-se dois pontos por vez. Porém
existe a possibilidade de conexão de vários pontos ao mesmo tempo. É a chamada
videoconferência multi-ponto.
Neste caso necessita-se um equipamento mais sofisticado que recebe a conexão de todos os
pontos e gerencia a distribuição de sons e imagens para todos os demais pontos. Por ser
um sistema ainda novo tem um custo muito alto e ainda não é disponibilizado com
facilidade. Durante esta pesquisa a própria PictureTel não dispunha deste equipamento no
Brasil.
A videoconferência profissional pode ser ponto a ponto ou comutada.
Ponto a ponto é quando o usuário contrata uma linha junto à operadora, sem passar pela
central de comutação. Os dois equipamentos de videoconferência nos pontos distintos
são conectados como se um estivese ligado ao outro por um cabo. Ao ligar os equipamentos,
imediatamente um estaria "vendo" o outro.
O formato mais utilizado é o comutado. O equipamento se comporta como se fosse um
telefone com imagens. Possui uma linha digital com um número que pode ser chamado como um
telefone. Por exemplo, supomos que na Unesp possuamos uma sala de videoconferência
conectado em uma linha comutada. No momento de uma reunião pré-combinada com a
Universidade do Novo México basta discar para o número do outro equipamento e fazer a
conexão como se fosse um telefone. Este é o formato mais prático e barato pois os
custos de conexão estarão centrados no tempo da ligação internacional, mais a
assinatura da linha digital que, por ser mensal, é mais barata que a linha eventual.
Pelas características aqui apresentadas, a videoconferência é um excelente recurso para
palestras onde o palestrante está em outra cidade ou outro país e um grupo de
espectadores encontram-se reunidos em um auditório. A imagem do palestrante pode ser
projetada em um telão e a interação se dá pelo próprio meio.
Como conseqüência das limitações técnicas dos meios de transporte de sinais,
gráficos parados, fotos, artes ou outros materiais visuais com poucos detalhes e sem
movimento são visualizados muito bem na outra ponta.
Porém, em função da própria compactação da imagem, detalhes se perdem e o sistema se
torna inadequado para aulas que exijam movimentos e detalhamento. Uma radiografia de
hemodinâmica que apresente vasos e artérias, com detalhes visíveis pelas diferenças de
contraste serão vistas no outro ponto como uma mancha cinza e o objetivo maior, analisar
o quadro clínico pela imagem radiográfica, não será atingido. O mesmo ocorre com uma
imagem de ultrassonografia.
Um vídeo exibido em videoconferência fica bastante prejudicado. Caso uma aula ou
palestra exija a exibição de vídeo, é importante produzi-lo respeitando-se as
características técnicas do meio, de tal forma que o conteúdo não seja prejudicado.
Para uso da videoconferência em aulas à distância exige-se a montagem de salas ou
auditórios equipados adequadamente e com coordenador local. Este recurso é mais indicado
para palestras uma vez que a videoconferência multi-ponto ainda não pode ser utilizado
com facilidade. Mas por muito pouco tempo